quinta-feira, 31 de março de 2011

DELIRIOS DE DULCINEIA


Aqui estou na terra de Cervantes
Embora fraca de saude e de ma vontade
O sol me abencoa na mesma cidade
Onde outrora morreu o valoroso Sancho

Na santa ignorancia que me alumia
Vejo ceu, cores, nuvens e passantes
Eu, que nao mereco tantas regalias
Sinto-me curvando ao peso da Historia

Predios silenciosos parados em moldura branca
Gordas pombas em arvores primaveris
Estarei louca, ou coisa que o valha? -
Pois vejo Sancho bem na ponta do nariz


OlgaMota



"Ah serrana, serrana; Malhadas, Malhada; por que foges tu? e como andas estes dias coxeando! Que lobos te espantam, filha? Nao me diras que e isto, linda? Mas que pode ser, senao que es femea, e nao podes estar sossegadda? Mal haja a tua condicao e a de todas aquelas a quem imitas. Volta, volta, amiga, que se nao estiveres tao satisfeita, pelo menos estaras segura no teu aprisco ou com tuas companheiras, que se tu, que as has de guiar e encaminhar, andas tao desencaminhada e tao sem juizo, onde pararao elas?"



(Dom Quixote de La mancha, de Miguel de Crvantes, pag. 567 - II volume).

Nenhum comentário:

Postar um comentário