quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Delícia de texto


Esocrregava entre os dedos,
E o vento fustigava o papel de encontro à mesa.

O bar, cheio, casa lotada, e o papel voava entre os dedos.
Formigava, aflito, no desejo incontido de ser escrito.

Tem vida, gosto, sabor de fruta, de hortelã, mas foge.
Tem uma caneta, urgente?

- Seu garçom, faça o favor de me trazer depressa.

Escrevo, ele me acaricia.
Voa de novo, e eu busco desesperadamente entre as mesas e
entre as brumas de memória que se perde.
Eu o quero como era: Lindo, fresco e novo.

As folhas amarelecidas com jeito de macarronada, já me prendem as mãos.
Vazias.

- Seu garçom, faça o favor de me trazer papel.

Arrebato-o do chão imundo. Vozes fervem meus ouvidos. Cega, busco a tinta.
Estava aqui inda agora, em forma de rimas e anteversos, uma delícia.
Era meu.

Subiu aos céus, virou estrela, apagou-se contra o sol...
Perdi meu texto.

OM

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