quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A Voz do Mago


Enquanto ele falava, enredando versos para me encantar, fiquei ali parada, escutando aquela voz monosilábica.

Os silencios intercalavam-se, diziam-se. Vazios.

Já era tarde.

Apenas bêbados e vagabundos famosos defloravam as ruas fétidas arrastando {como cobra pelo chão} os solenes corpos saciados.

Nos céus, as horas passavam-se diferente.

Demônios dançavam a valsa dos gonzos e cantavam hinos que amortalhavam pênis.

Viramos uma mágica - eu e ele, a sede dos defuntos, a fome dos ferozes.

Outros sons, ainda outra estrada (: talharim com frango defumado, lasanha à bolonhesa).

- Envelhecer é o pior mandato humano, disse-me sem meias palavras, sem recatos.

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