sábado, 19 de fevereiro de 2011

tantas da manhã (amanhã desfaço)


Tantas da manhã e eu me vejo no espelho.

Tonta, desfaço minhas tranças.

Que fazer, se o espelho me retoma e me devolve imensa?

Quisera eu poder andar em cima das estrelas e vagar no céu, tão nua. Mas não posso.

Minha visão interior despede-se, se intromete, solitária.

Apenas vagamente ando sobre as nuvens: (cenário).

Uma mesa, dois cinzeiros, um castiçal, vamos discutir a relação.

Uma nuvem se afasta, vejo o espelho. Sou você ou eu?

Somos tontos.

Eu, assim tão desfeitada, tão imensa na minha magreza, tão intensa na coisa que me prende ao mundo (vida - leia-se entre aspas).

Regresso ao lar, coisa romântica.

O meu lar...Apenas um muquifo azedo, cheio de muriçocas peçonhentas.

(Já fui rica, nem me lembro).
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macabéa da mota

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