sexta-feira, 29 de abril de 2011

PRIMEIRO ATO

Ridiculo, infame, blasfemia.
Os aplausos, nao sao para quem escreve, sao para os absurdos que se identificam.
Quanta inutilidade. Fatal, meu deus.
Reclamam porque ponho os pes em agua fria. E me da calafrios, e dai?
Escrevo.
Aqui, do fundo da cova obscura, que se chama alma, alma, alma,...reclamo do absurdo.
Inutil, quantas vezes, meu corpo implora desistencia.
(E choro, que absurdo. Uma mulher chorona).
Apalpam a vulva nojenta de onde extraem tumores, saem mucos amarelados - que nojo = a escatologia!
Cervantes, estante morta que ja nao diz nada.
Miguel dos Morros Uivantes, Dante - dantes tivesses morrido.
Procuro poesia em toda parte, apalpo a arte em todas as sintonias,
sintomas, abstinencia, amplio em microfones de alta resistencia:
soy fria, soy fria...
Diante de Davi, o corpo marmoreo, o copo frio esquenta a bebida...
Morfeu dos Anjos, Santos d'Agora deuses, mortos esquecidos.
Valha-me, o Deus que existe!

Desisto. Vou as armas, a luta ardente contra o sol que morre
e me anoitece (defunta ainda quente).
Desculpe, perdoname, excuseme....
Bailem dancarinos mariachis na praca do sol cheia de turistas.

Vago, lua, estrela, chao, calcada com licenca, primeiro os velhos
depois os estudantes.
No meio, bem no meio da caldeira fria, o corpo,
mentira....que esta tao presente, e nao descansa
na tempera, agua colorida, exprime cores mortas, entardecentes.
Ao baile, a aula, a presenca preto e branca de amigos
(tenho que construi-los, urgente) - mente, de novo, o corpo ausente.

Reclamam por que ponho os pes em agua quente.
e dai?, se os tenho frios, gelidos, pes de milus.

A cabeca altiva, sustenta ainda o pescoco esganicado
aonde explodem as veias,
as veias pulsam em cadena estranha,
corpo que me leva.

OM

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