quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

- Claro, só não há sentido, me dirão. Não importa. Haverá que formar-se um sentido, alguma coisa que te prenda a mim, leitor. Poderia dizer querido leitor. Pois que os leitores, se houver, serão muito bem-vindos e queridos.

Um passo em falso e boto tudo a perder. O toque sonoro do computador a toda hora me interrompe. Não posso sair da internet, que é meu mundo agora. É minha vida que se desenrola em partes como papiros antigos. E escrevo. Desculpem-me se não estou à altura. Nunca estarei. Há tanta gente boa, inteligente, culta, escrevendo coisas tão bonitas. Eu? Sou apenas uma “pequena” escrevendo sem susto. E escrevendo coisas pequenas, enxertos, poesias, desenhos, qualquer coisa. Preciso preencher um livro. Rotina, como se fosse. Nunca seria porque não sou capaz, esta é apenas uma tentativa. São 13:30 horas de uma tarde de quinta feira do ano de 2010, um ano que está terminando. É perto do Natal, a época onde pagãos e cristãos se reúnem em torno de banquetes e fazem alegorias falsas (e algumas vezes sinceras) de conciliar o amor, a família, os perdões, tudo em fartura e alegria. Mas sou piegas e me lembro dos pobres e dos aflitos. Não adiro à farsa. Tudo bem, não há problema.
Sento-me só, à minha mesa e às vinte e duas horas tomo meu remédio (sim – para dormir, não sabia?) e apago. No outro dia talvez as pessoas estejam recolhendo as sobras, mas eu já estou na rua, à procura de pedinte, eu mesma uma: um pouco cínica, pois gosto da ceia.

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