Foi dança colada, dança afastada, os pés-de-valsa se enfileiraram.
O sol raiou e eu ainda estava dançando.
Os garçons retiraram as mesas, a orquestra calou...
Os pares foram embora,
E eu dançando...
A bebida acabou,
A festa acabou,
Tudo acabou, e eu...
Dançando.
Nunca vi uma coisa assim: dancei tanto que fiquei zonza. Foi tanto salameleque nessa dança, nunca vi.
Tanto que nem senti falta dos sapatinhos vermelhos.
(A fada madrinha atiçou a vara e me cutucou com ela).
Perdi a corrida da carruagem. No salão enorme, dançando.
O príncipe trouxe o sapato, não coube.
Ele bufou "não se fazem mais princesas como antigamente". Nem dei trela - continuei dançando, sem sapatos.
Que importa se não sou princesa, mesmo sabendo que os sapatos não cabem nos meus pés, e até o príncipe foi embora, a bruxa engoliu os dentes, os sapatos não se fazem como antigamente, tenho que lavar e engomar a roupa da madrasta,
tenho que catar feijõeszinhos na estrada, piolhinhos nos cabelos do meninos, tenho que escrever poesia, contos, textos e outras alfazemas, se não sou do tempo de agora...quero uma valsa!
- Vamos dançar?
OlgaMota
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