E, de repente, como previsto no prazo, já sentiu tudo acabado. No som : "não há mais nada". Verso e música, ataca o velho violão e, no tom rouco e quase desafinado, canta a canção. Já não há mais dor, nunca houve. Dentro, um vazio há pouco preenchido com as letras da paixão e alguns comprimidos.
- Confesse que me ama!
- Não! Acabemos o que não começou. Dramalhão. Não quero ser aquela que naõ pode deixar rastros.
Preferia deixar perfume suspeito na roupa e alguns pelos loiros no paletó, e as marcas do batom vermlho na gola da camisa tão branquinha...
Preferia ir ao cinema de mãos dadas e mandar mensagens pelo telefone celular sem cuidados.
Depois ainda tomar café na padaria e serem vistos, os dois, a conversar sobre o jornal do dia. Seria assim ou mais nada. Veredito: não tinha vocação para ser a "outra".
Descobriu que não era mais Macabéa.
- Tchau, Ricardo.
- Confesse que me ama!
- Não! Acabemos o que não começou. Dramalhão. Não quero ser aquela que naõ pode deixar rastros.
Preferia deixar perfume suspeito na roupa e alguns pelos loiros no paletó, e as marcas do batom vermlho na gola da camisa tão branquinha...
Preferia ir ao cinema de mãos dadas e mandar mensagens pelo telefone celular sem cuidados.
Depois ainda tomar café na padaria e serem vistos, os dois, a conversar sobre o jornal do dia. Seria assim ou mais nada. Veredito: não tinha vocação para ser a "outra".
Descobriu que não era mais Macabéa.
- Tchau, Ricardo.
E num ataque de fome, abriu a porta da geladeira: nada, nem um panettone. Poxa, não disseram que está chegando o Natal? Já deveria ter um panettone em casa.
Talvez, já que não suporta Natal, esse ano não vai comprar panettone, que se dane!
(rima de pobre).
(rima de pobre).
OlgaMota
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