segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

"de fazer livros, os homens já estão cansados."


Já tenho prontas orelhas e dedicatórias.

O livro, no entanto, foge.


Talvez um desenho na capa:

Três mulheres desfeitas,

muito rouge e melânias.

Flores, algumas espalhadas no canto esquerdo do quadro:

Eu, minhas duas irmãs e um calvário

servindo de cenário.


Mil folhas (aquele doce) repletas de formatos e açúcares mascavos.

Será doce e salgado, destemperos delicados.

Sentimento e nostalgia, raiz forte.


Outro livro jogado na estante,

inútil serventia aos desavisos, derivado do sorteio de palavras.


Com inúmeros esses e cedilhas,

boleros e traços de riscado.

Pontos-de-cruz, claro!: a frase grande, mordaz, bordada ao lado.


Se pegado com esmero talvez não se desmanche.

O papel manteiga.

A capa com enormes dobras, de cor preta.

Ao fundo, um dromedário.

OlgaMOta

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