afinal, quem é Macabéa? Em que se transformou a pobre moça depois de suas anáguas violentamente arrancadas em prol de uma calça jeans-cintura-baixa?
Onde está aquela mocinha tão sem a visão de quem nunca tinha visto o mar?
Ainda haverá macabéas por aí, chegando na rodoviária, sua malinha de madeira, suas roupinhas de chita, cheias de esperança de ganhar o pão da padaria?
Será que ainda vai ser faxineira (não, faxineira é de mais idade) por uns tempos, até que arrumar emprego de garçonete num bar da Bela Vista, descendo as escadas que vão cair na 9 de Julho, ameaçando os mendigos com sua cabeleira crespa pintada de louro amarelado, e sue corpo ajeitadinho, malhado escada abaixo, escada acima?
Coneço algumas, vocês talvez conheçam. Ainda sonham com o príncipe e ainda caem na lábia dos italianos.
Vão abrir um salão de beleza para elas, prometem. E juram que não querem que elas façam serviço doméstico, dado que eles são ótimos donosdecasa.
Casem, macabéas, casem. Sua família vai ficar feliz, você traz todas tuas treze irmãs de lá do sertão e vão ser todos felizes para sempre morando no mesmo barraco: água, luz e celular.
Nenhum comentário:
Postar um comentário