eu vi meu filho num joelho, numa mão, na nuca do passageiro, na roupa do menino de rua, no balcão de poesias, num carrinho de rolemão. eu vi meu menino e chorei num grito, apenas o que não está escrito, somente o que tem lá dentro, bem fundo, no coração. vejo meninos em todas partes, meninos que choram, meninos que passam e tem o olhar alheio, o jeitinho aflito do meu meninão. eu vi o dia em que a terra engoliu e vi o buraco grnade, negro e rasgo que engoliu meu menino. que é camile diante disso, que é claudel? que é ser artista, ser nada, ser pinéu e tomar comprimidos? nada. nada diante. adiante de mim, só a morte. me dói.
Olga mota
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