domingo, 7 de novembro de 2010

A lenga Alice


"Eu quis escrever versos. Impossível. As falhas eram visíveis e eu apenas desandei num prato como se (fosse) de comida, e falhei. Dancei mil danças e fiquei em anestésica agonia. Nunca mais, nunca mais, eu disse...Mas falhei de novo e tentei. Andei por muita estrada, muito chão batido, essa é minha história. Fracasso, vitórias, errâncias, alguns amigos.

Sei que a forma que fiz feita foi jogada fora, assim como muitas outras. Tento matar a barata, pura maldade!- não conseguiria. Apelo ao Deus que me sabe errática e às palavras que fogem como gato na noite escura. Os breus, os veus, as somas e acertos de contas não combinam (saia com blusa). Tenhos medos e discordo dos poetas que desenham amores, minhas telas são de ferro, pura agonia.

Discorro em pranto a quem não interessa. Tropeço em pedras do caminho que, aparente liso e duro, desagua em bobas ilusões todo um passado esquecido. Tenho amado aqui e acolá, como pássaro bicando restos de comida. Tropeço de novo em cascas de ferida e rasgo as vestes que transferem emoções ao canto do armário (saio e blusa).

Tenho sido o que nunca foi. A solidão ajuda a pensar e repensar, até que, circulo viciante em volta de mim mesma, essa que nunca tem sido. Tento.! Perdoem,

minha parte alice."

Olga Mota

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