sexta-feira, 12 de novembro de 2010

invasão particular


estranhos varrem a minha rua como se fosse deles,
particular!, e passam...indiferentes...
minha rua, eu...!

catam o meu lixo, recolhem a minha sujeira,
a minha, tão sujeita aos fracos desatinos...

estranhos entram, saem,
invadem,
sempre arrogantemente
meu portão, da minha casa.

indiferem ao que é meu,
sagrado...
rolam suas pernas roucas
sem cabelos, pelos
que os possa
adivinhar.

são loucos, ou sou eu
que, na forma delirante
de ser algo particular,
sem preço, sem domínio,
esparramada na rua
que não me pertence...

peço apenas que me deixem:
não me toquem a rua, a lua, o lixo, a casa,
meu portão, minha latrina...

Olga mota

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